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trabalhe honestamente, medite todo dia, conheça as pessoas sem medo e brinque

SOBRE

Äline Besourö nasceu no Rio de Janeiro em 1990 e é printmaker, professora e artista.


Suas experiências a inspiraram a seguir no diálogo entre a arte, educação e design. Suas ilustrações, estampas e projetos artísticos surgem fortemente influenciadas pelas mitologias (pessoais e ancestrais) e experiências dos ciclos da vida. Curiosidade, criatividade, alegria, imaginação e coragem são conceitos que atravessam sua criação.

PROCESSO

A besouröäline surgiu em 2018 após quatro anos de pesquisa de Äline Besourö. Sua construção direta com o processo do vestuário começou em 2014  com o projeto artístico político Coser. Coser foi uma proposição que ocorreu entre 2014 até 2016 que consistia em ensinar as pessoas costurar à mão, naquele momento discussões sobre moda ética eram ainda temas muito nichados, mas a principal motivação veio do exercício do faça você mesmo. Com a troca com o público e a partir do potencial do vestuário, foram feitas encomendas à artista. Em 2018 a abertura da marca veio trazer uma possibilidade maior de ampliar a troca e a pesquisa no vestuário. Encorajamos os clientes a refletir sobre o processo de construção do vestuário como uma investigação pessoal criativa. As peças são criadas atentas aos materiais escolhidos e seu processo de construção, além de trazer em suas referências de cor, forma e estampa, valores e imagens que são permeados pelo universo da artista. Sem Medo :)

LOCALIZAÇÃO

A besouröäline está sediada tanto em Portugal quanto no Brasil para a produção e distribuição de vestuário. O ateliê onde nasceu a marca foi no Rio de Janeiro e hoje está em trânsito para Lisboa, onde será possível acompanhar todo o processo de criação - do conceito à produção da confecção.


ESTAMPARIA ARTESANAL

Todas as nossas roupas são estampadas artesanalmente a partir de técnicas de estamparia artesanal. Após anos de pesquisa em gravura, Äline Besourö, que também atua como professora de serigrafia em cursos livres, traz para marca seu universo imagético inspirado em mitologias e experiências do ciclo da vida (da infância, adolescência e vida adulta), com interesse em um reencantamento e fabulação da vida.

COSTURA ARTESANAL

Todas as peças partem da premissa da remuneração justa dentro do mercado de moda. A partir disso estabelecemos contato com projetos que mantém esse compromisso com nossos colaboradores, na costura ou na estamparia, produzindo peças de valor artesanal e único. Nosso fazer artesanal atua na valorização do produtor local e na escala reduzida como promessa de qualidade e cuidado. Recuperando a ação política do "feito a mão".

COMPROMISSOS

A besouröäline tem como premissa: 1. criar um ambiente de trabalho que ofereça um tratamento horizontal dentro da equipe; 2. disponibilidade para colaborações remuneradas ou não com projetos e empresas que reafirmem valores humanitários, com atenção as questões de classe, raça, gênero e política da memória; 3. honra as influências daqueles que vieram antes de nós.

agora em primeira pessoa....

Minha constante investigação sobre a vida me levou a diversos lugares, dentre tantos, um deles foi a arte e outro o yoga. Quanto mais conheço o yoga, mais compreendo o fazer artístico enquanto meu dharma, o caminho que devo seguir nessa vida e o que eu devo o fazer. comecei essa investigação a partir da minha família, minha casa, meu chão, produzindo inúmeras fotografias com a câmera que meu tio conseguiu trocando por um microondas. Depois, segui ainda mais me debruçando sobre outros nomes, formas e Seres. O desenho e a performance haviam se tornado para mim ainda jovem a possibilidade de existir no mundo. Naquele momento surgiu em meu horizonte o planeta Miríades, planeta habitado apenas por seres imaginários, alguns deles desejavam conhecer a Terra e minha ação era por vezes materializá-los com o pincel, caneta, lápis... E, devo dizer que conversar com eles foi fácil, já estava acostumada a conversar com desenhos por causa do Tarot, observar seus olhares, impulsos. Na mesma medida que meu fazer artístico se transformava eu iniciava e seguia com a prática do yoga. O que mais me surpreende no yoga é ouvir as vozes da minha mente com a meditação e vê-las desaparecer lentamente, mas isso nem sempre é fácil. Ao ouvir o silêncio aprendi sobre o que eu estou fazendo aqui, como uma baleia que atravessa o oceano, sigo sendo.

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Observo atentamente as engrenagens desse mundo desigual, que não se firma na balança da justiça e me debrucei no meio acadêmico elaborando sobre assuntos da política da memória. Da mesma maneira que me interessa escrever histórias e criar mundos me pergunto continuamente enquanto leio “quem escreve a história?”. Sotigui Koyate disse uma vez “Quando você estiver perdido, lembre-se de onde veio e não estará mais perdido”, uso esse mantra como guia quando adentro as cavernas e caminhos da história, mantenho um fio que me ajuda a encontrar o caminho de volta para casa, meus pais, minhas avós, minha origem.


Sigo também a partir da universidade minha pesquisa sobre a política da memória. Me formei em História da Arte na UERJ, com a pesquisa sobre o antigo Departamento de Ordem Política Social do Rio de Janeiro, que durante o período da ditadura militar brasileira foi um ambiente marcado por situações de abuso de poder. Com a minha pesquisa tenho o interesse em honrar essa memória. E fiz o mestrado em Práticas Artísticas Contemporâneas na UERJ, com o enfoque no Trevo Estudante Edson Luis, um trevo rodoviário localizado na cidade que homenageia o estudante assassinado em 1969. Meu trabalho na pesquisa é honrar memória, honrar minha vida e revisitar essa história a fim de fazer jus aqueles que sofreram com o trauma desse momento da política brasileira.

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A produção material do meu trabalho atua em exposições artísticas, mas mantenho meu interesse contínuo no fazer material. Construir o mundo faz parte desse meu caminho, então me dediquei boa parte a aprender a costurar minhas roupas, fazer meu sapato, tingir minhas roupas, produzir papel, aprender a silkar, produzir meu próprio caderno, programar sites, construir minhas próprias telas, etc. Quanto mais aprendia e criava para mim minha roupa-manto, mais recebia pedidos de pessoas que também queriam seguir Sem Medo, passei então a costurar e silkar diversas peças de roupa para outras pessoas e fundei minha marca em 2018. Sigo oferecendo cursos e aulas e sinto uma alegria genuína em compartilhar esses ensinamentos. Meus produtos carregam em si essa dimensão manual, investigativa, simbólica e mágica desses processos que administro e construo, sigo a partir do mantra "trabalhe honestamente, medite todos os dias, conheça as pessoas sem medo e brinque"

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